Como em outras atividades do campo, a produção leiteira da Argentina também está sentindo o golpe de ter custos que sobem cada vez mais rápido pelo impacto da inflação com relação ao preço recebido pelo produtor pela matéria-prima. No ano passado, enquanto os custos aumentaram em média 30,6%, o valor recebido pelo leite aumentou em apenas 8,6%.
No entanto, o preço pago pelo leite aumentou em apenas 8,6%, de 1,52 pesos para 1,65 pesos (US$ 0,29 a US$ 0,32) por litro. De acordo com Roulet, se o preço ao produtor se ajustasse aos aumentos dos custos, em dezembro o valor deveria ter sido de 1,98 pesos (US$ 0,38), 20% a mais. Essa diferença coincide com a melhora no preço que os produtores estão pedindo.
Na semana passada, durante a Expoagro, a Mesa Nacional de Produtores de Leite solicitou como medida de ajuda 30 centavos de dólar por litro de aporte não retornável para a produção dos primeiros 3.000 litros em uma fazenda.
A Mesa Nacional de Produtores de Leite também realizou sua própria comparação entre custos e preços ao produtor, mas considerando ambos desde 2008. Segundo essa análise, enquanto o valor ao produtor aumentou em 95%, os custos aumentaram em 176% e ficaram com média de 2,17 pesos (US$ 0,42) por litro, bastante acima da média recebida.
Atualmente, a situação dos produtores argentinos e dos consumidores de lácteos do país contrasta com o que acontece em outros países da região. Com relação aos produtores, enquanto os argentinos recebem, em dólar, cerca de 33 centavos, os uruguaios estão recebendo 38 e os brasileiros, 43 centavos de dólar por litro. Do lado dos consumidores, os argentinos pagam o equivalente a US$ 1,22 por litro de leite e, no Brasil, US$ 0,94.
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