A produção de leite na Nova Zelândia, maior exportador de lácteos do mundo, desafiou as expectativas aumentando novamente, mesmo com o Governo intensificando sua resposta à seca, vista como a pior em cerca de 30 anos.
A produção de leite da Nova Zelândia alcançou 2,3 milhões de toneladas em janeiro, um aumento de 4,3% com relação ao ano anterior, disse o grupo industrial da Associação das Companhias de Lácteos da Nova Zelândia (Dcanz). Os dados relatam uma sequência ininterrupta de aumentos na produção desde 2010 que desafiam as expectativas de danos pelas condições de seca que começaram no final do ano passado na Ilha do Norte e que estão se disseminando também para a Ilha do Sul.
A Fonterra, maior exportadora de lácteos do mundo, no mês passado alertou que “as condições de clima seco, particularmente na Ilha do Norte, no meio de dezembro e em janeiro, resultaram em uma desaceleração no crescimento da oferta de leite”.
As expectativas de uma queda na produção de leite da Nova Zelândia têm dado um grande suporte aos preços mundiais de lácteos, que alcançaram o maior valor em 21 meses no leilão GlobalDairyTrade, com os valores também apoiados nas expectativas de queda na produção européia na primeira metade desse ano.
Os dados divulgados pela Dcanz foram obtidos mesmo com o Governo da Nova Zelândia declarando seca em toda a Ilha do Norte. “Ficou claro que quase todos os produtores em todas as partes da Ilha do Norte estão enfrentando condições muito difíceis de seca”, disse o ministro de indústrias primárias do país, Nathan Guy, revelando fundos extras para agências de suporte.
A consultora neozelandesa Agrifax alertou que os níveis de umidade do solo estão 50mm abaixo do normal na maioria do país, com um déficit de mais de 130mm em algumas áreas importantes na produção de leite, incluindo Northland, Auckland e Waikato. “Os níveis de chuva em grande parte da Ilha do Norte foram de um terço a no máximo metade do comum registrado no verão”.
De fato, os analistas continuam pessimistas sobre as previsões para a produção de leite da Nova Zelândia, prevendo uma queda sazonal particularmente acentuada no inverno, considerando o impacto da seca nas condições de pastagens e um momento de altos preços da alimentação animal.
O Rabobank disse que “a produção nacional está caindo abaixo da do ano anterior em uma base mensal até fevereiro” e que com a pouca chuva prevista, os produtores terão poucas chances de reviver taxas típicas de produção de leite para o resto de 2012-13, que termina em maio.
Além disso, com o clima seco encorajando abates precoces de vacas, antes do menor ponto sazonal de produção, “o impacto na oferta de leite nos próximos três meses da estação serão irreversíveis”, disse o banco.
A produção de leite da Nova Zelândia tipicamente cairá para o ponto mais baixo em junho, com os últimos três meses da última estação, responsáveis por cerca de 20% das ofertas anuais.
A reportagem é do Agrimoney, com dados do DCANZ, traduzida e adaptada pela Equipe MilkPoint.
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